Saúde popular e agroecologia são temas do próximo programa do Sistema RedesFito, que acontecerá dia 25 de novembro, às 15h, em canal próprio no Youtube. Estarão em debate a relação entre os conceitos de saúde e as práticas de uma agricultura sustentável, assim como a importância de projetos voltados ao fortalecimento de uma saúde popular que contemple a vivência com o meio ambiente.
Foram convidados para esse encontro virtual a engenheira ambiental e sanitarista, Lorena Portela, que atua na organização da agenda de Saúde e Agroecologia da Fiocruz, o especialista em epidemiologia Paulo Chagastelles Sabroza, pesquisador aposentado da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da mesma instituição, e o coordenador do curso de agroecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o doutor em ciências Paulo Rogério Lopes, que também é mestre em agroecologia e desenvolvimento rural.
“O Sistema RedesFito abrange diferentes regiões do Brasil, com núcleos agregando atores interessados em plantas medicinais, fitoterápicos e fitocosméticos. O objetivo principal dessas redes é promover a inovação em fitomedicamentos, apoiando cadeias produtivas que geram renda em cada território”, explica Jefferson Pereira Caldas dos Santos, coordenador nacional do Sistema RedeFitos, vinculado ao Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS) do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos), que funciona no Rio de Janeiro.
Atualmente, o Sistema RedesFito (Foto: RedesFito/Divulgação) conta com Arranjos Ecoprodutivos Locais (AEPLs) abrangendo os biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, nas cinco regiões do país. Esses arranjos contemplam grupos de produtores de plantas medicinais, empresas privadas voltadas ao desenvolvimento de tecnologia, setores públicos como as Secretarias Municipais de Saúde, universidades e institutos de tecnologia. “As redes atuam com base no conceito agroecológico da produção dos insumos vegetais para cultivo de plantas medicinais e produção de fitoterápicos. E trabalhamos, de forma associada, em cada território, com o levantamento das condições de vida e saúde, para assegurar autonomia financeira aos atores locais, promover o cuidado e assim abordar as doenças, rumores e aflições que afetam a saúde e o bem-estar”, explica Jefferson.
Na articulação das redes são promovidos eventos científicos e oficinas de trabalho. Os programas de debate são algumas das estratégias do Sistema RedesFito para difundir o conhecimento.
REVISTA FITOS E PICS
Além do Canal no Youtube, o Sistema RedesFito mantém site, perfis no Facebook e Instagram. A Revista Fitos, periódico científico interdisciplinar, com acesso aberto e publicações trimestrais, editada pelo CIBS, reforça o projeto. Em setembro deste ano, a revista trouxe uma edição voltada às práticas integrativas e complementares em saúde, que pode ser acessada em https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/issue/view/48.
Dentre o conteúdo deste número estão o artigo Ação anti-inflamatória do Ferrum Phosphoricum 6CH na polpa dentária de ratos. E o relato de experiência Projeto Beth Bruno: nas comunidades da Amazônia, a união do saber popular e das práticas integrativas e complementares, que nasceu em Santarém (PA), em 2010, para capacitar lideranças comunitárias como terapeutas naturalistas e agentes multiplicadores de saúde, utilizando as PICS.