Os primeiros resultados da pesquisa PICCovid – Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19, estudo abrangente sobre as PICS realizado no Brasil, apontam que a proporção de usuários dessas terapias é maior no Centro Oeste (71% dos entrevistados na região), no Sul (70,8%) e no Sudeste (63,4%). No Norte e Nordeste, 52,3% e 45,6% dos ouvidos, respectivamente, declararam fazer uso de PICS. A média nacional, durante o segundo semestre do primeiro ano da pandemia, foi de 61,7% de praticantes, destacando-se, entre as modalidades mais usadas meditação, fitoterapia, reiki, aromaterapia e homeopatia.
“Os dados indicam um amplo exercício do autocuidado, o que pode ter sido estimulado pelo isolamento social e busca de alternativas que pudessem ser aplicadas em casa, para aliviar o estresse diante da pandemia de Covid-19”, avalia Cristiano Siqueira Boccolini, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde (LIS), do Icict, um dos coordenadores do estudo. A consulta aos brasileiros foi realizada entre agosto e dezembro de 2020, por formulário on-line.
Patrícia Boccolini (foto abaixo), professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), também da coordenação da PICCovid, adianta que os primeiros achados devem ser detalhados no dia 29 de julho, durante webinário, às 10h, pelo canal da Videosaúde Distribuidora da Fiocruz. Serão mostradas as práticas mais adotadas no país e por região, o perfil geral dos praticantes, as razões para o uso, como também revelar outras questões levantadas pela escuta, como o nível de adesão ao isolamento social durante a pandemia e relatos de sintomas respiratórios. O Boletim Evidências, do ObservaPICS, também sairá em edição especial com dados do estudo.
A PICCovid foi realizada numa parceria entre pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) e do Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), no Rio de Janeiro.
“O estudo pode orientar a avaliação e implantação de políticas públicas nesse campo”, avalia a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Islândia Carvalho (foto abaixo), coordenadora do ObservaPICS.