Entrar em uma universidade pública bem-conceituada é um sonho para muitos jovens, mas sair de casa, morar longe da família e se bancar financeiramente para estudar pode ser uma dura realidade, gerando medo, depressão ou solidão, entre outros sentimentos. Foi diante do sofrimento emocional vivido por alguns alunos, nesse cenário, que surgiu o CAV em Flor. O projeto oferece terapia floral para ajudar no equilíbrio das emoções de estudantes, professores e demais profissionais do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, a 46 quilômetros do Recife.
Criado em 2018, com apoio da direção do Centro, o CAV em Flor já atendeu mais de 200 pessoas, no mínimo, de acordo com cálculos da coordenadora e professora Sueli Senna.
“Eu andava muito irritado por causa de problemas familiares e pessoais. Meus colegas (de faculdade) se queixavam e eu também percebia minha irritação. Com os florais me acalmei e comecei a entender o motivo desse comportamento”, conta o educador físico Sebastião Manoel de Sousa, 27 anos.
Natural da cidade de João Alfredo e também terapeuta floral, ele conta que seu envolvimento com os florais teve início antes de se tornar usuário dessa prática integrativa e complementar em saúde, quando era aluno do centro acadêmico da UFPE.
“Eu ajudava a professora Rogélia (também terapeuta floral) na coleta de dados para o seu doutorado e um caso me marcou muito. Era uma diretora de escola que se queixava de não conseguir dormir há dias por causa de estresse. Em menos de uma semana depois da consulta (no qual foi prescrito floral), o marido dela ligou dizendo que ela voltou a dormir”, relembra Sousa.
Inicialmente, os atendimentos do projeto ocorriam apenas nas sextas-feiras pela manhã e eram feitos apenas por Sueli. Porém, logo depois, devido à procura, foi ampliado com o apoio de mais dois profissionais. Um deles é o técnico de laboratório da universidade Tiago Souza, que continua no projeto, e outro era uma aluna da Residência Multiprofissional de Interiorização de Atenção à Saúde. Eles receberam formação para atuar como terapeutas florais, integrando a equipe.
As sessões de terapia floral ocorrem no consultório do Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lapics), ligado ao Núcleo de Enfermagem do CAV e são agendadas por telefone. A procura pelo serviço é espontânea, mas também ocorre de o encaminhamento ser sugerido ou solicitado por professores. “Às vezes o professor detecta que o aluno precisa de ajuda e dá nosso contato para ele ou pede que a gente vá até o aluno”, explica Sueli Senna.
Sessões por chamada de vídeo durante a pandemia
Com o atendimento presencial suspenso por causa da pandemia de Covid-19, as atividades do CAV em Flor estão direcionadas aos alunos da Residência Multiprofissional de Interiorização de Atenção à Saúde e da Residência em Enfermagem dos hospitais Barão de Lucena e Getúlio Vargas. As sessões são via chamada de vídeo. “As queixas deles são de insegurança. De não saber o que pode acontecer amanhã. De se contaminarem e infectarem seus parentes. Com a escassez de equipamentos de proteção individual eles também se sentem desamparados”, relata a coordenadora.
Os florais são prescritos por terapeutas florais e podem ser adquiridos em farmácias de manipulação, que continuam funcionando nesse período de pandemia.
A terapia floral busca o equilíbrio das emoções, como o medo, a insatisfação, a incerteza e a insegurança, entre outros. Nessa terapia são usados compostos energéticos chamados essências florais. Cada essência é indicada para trabalhar emoções específicas ou conjuntos de emoções. A escolha da essência para cada pessoa depende das características afins existentes entre ela e a flor da qual é produzido o floral.
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