Victor Doneida (foto), consultor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, explica o que são farmácias vivas na política do SUS e como funcionará o apoio por meio dos centros de referências.

Boletim Evidências – O que são farmácias vivas na rede SUS e por que é importante estimular esse modelo de assistência?

Victor Doneida – As farmácias vivas são serviços de saúde que cumprem todas as etapas envolvidas na produção do fitoterápico. Então, ela gera assistência farmacêutica, gera acesso à saúde por meio de uma cadeia onde se consegue produzir o fitoterápico a partir do cultivo, do processamento, avançando até as últimas etapas de um medicamento, como a dispensação no SUS. E esse é um projeto muito importante porque permite que os territórios possam se organizar e refletir sobre saúde e maneiras de cuidados. Desde 2012 o Ministério da Saúde lança editais de financiamento no SUS e a partir de 2020 esses editais passaram a ser exclusivos aos municípios, para que possam executar essa política localmente. Tem que aquilo que cada comunidade utiliza, fomentando a produção do conhecimento e da tecnologia do local, entendendo a diversidade brasileira e as articulações que eventualmente podem ser geradas a partir disso tudo.

BE – As farmácias vivas apoiam a atenção básica do SUS?

VD – As farmácias vivas estão inseridas no componente da assistência farmacêutica básica no SUS. Mas na prática elas podem estar atreladas também com outros órgãos da gestão pública, outras secretarias, outras instituições. A gente vê que as iniciativas mais interessantes e robustas são essas que conseguiram se articular com outras unidades, tanto internamente, na mesma Secretaria de Saúde, quanto externamente. Isso parece ser bastante produtivo, inclusive.