A produção científica sobre saberes tradicionais e práticas integrativas e complementares em saúde pode ser consultada e acompanhada numa base de dados especializada organizada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Em dois anos, a BVS/MTCI já reuniu 2,5 milhões de publicações nas Américas, dos quais 1.300 documentos. O acervo das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas está em constante atualização e quer promover a visibilidade, o acesso e o uso de conteúdos científicos, técnicos e educativos acerca da temática.
“A biblioteca especializada contribui, dessa forma, para a promoção, o desenvolvimento e a integração desses saberes com a saúde nos diferentes países do Continente”, afirma Verônica Abdala, da BVS/MTCI. Segundo ela, o projeto tem o apoio de uma rede bastante inteirada.
“Avançamos muito nas seções da Biblioteca Virtual em Saúde/MTCI desde 2018. Agora queremos dar um salto. Ir além de uma coleção, promover análises, sínteses da informação que estamos disponibilizando. É preciso responder o que isso nos diz, mostrar o que há sobre as evidências em medicinas tradicionais e práticas integrativas aplicadas em determinadas condições clínicas, como a dor, a hipertensão, diabetes, ou em áreas, como a oncologia, por exemplo”, acrescenta. O objetivo nessa segunda etapa do projeto é, portanto, facilitar o uso do conhecimento organizado na biblioteca.
Plano estratégico em validação
Na primeira fase, o foco foi organizar, estruturar, fazer a gestão da informação com critérios, explica Verônica Abdala. Ela informa que para o passo seguinte, um plano estratégico foi construído e está sendo validado para a rede de 15 países que integram a BVS/MTCI Américas. O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) tem uma história de trabalho colaborativo para alimentar suas fontes de informação, daí o novo braço da BVS estar sendo constituído com ampla parceria no Continente.
Como se trata de uma biblioteca viva, explica Verônica Abdala, a BVS/MTCI nunca estará pronta, sempre receberá novas informações da América Latina e Caribe. Essa base de dados específica “vem em resposta a uma estratégia mundial da Organização Mundial de Saúde de trabalho com as medicinas tradicionais, complementares e integrativas, na linha de gestão da informação e do conhecimento, para construir e reunir evidências, dar visibilidade à pesquisa e promover novos conhecimentos que possam ser aplicados em serviços de saúde. Há um desafio de criar e gerar conhecimento em diferentes áreas da MTCI e das medicinas tradicionais”, lembra Abdala.