Gestores, profissionais e usuários das práticas integrativas e complementares em saúde e das medicinas tradicionais das Américas e do Caribe podem colaborar com o Mapeamento das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI). A proposta é que esse público valide as informações coletadas na primeira etapa do projeto, colaborando com a construção de um panorama atualizado sobre a integração das MTCI nos sistemas de saúde de 36 países e gerar subsídio para o planejamento dos próximos passos no fortalecimento dessas medicinas nas duas regiões. Para ler e fazer sugestões ao relatório preliminar, que foi apresentado em um webinário na semana passada, no canal do ObservaPICS no Youtube, é preciso acessar o formulário de inscrição. As colaborações poderão ser enviadas até 15 de fevereiro de 2023.

O mapeamento, coordenado pelo Observatório Nacional de Saberes e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), busca caracterizar a implementação do atendimento das MTCI e correlacionar informações demográficas, epidemiológicas e econômicas de cada território, gerando produtos de interesse de pesquisadores e gestores públicos. O levantamento das informações começou em 2021 e é feito por meio de pesquisa documental em sites governamentais, entrevista com atores estratégicos e ou especialistas na MTCI e validação dos dados.

De acordo com o relatório, 13 dos 36 países pesquisados (México, Guatemala, Nicarágua, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Venezuela e Cuba) possuem regulamentação tanto paras as medicinas complementares e integrativas (MCI) quanto para as medicinas tradicionais (MT). Em El Salvador e no Panamá há apenas para as MT e no Uruguai para as MCI. O mapeamento revela também que em 18 países há legislação sobre o uso de fitoterápicos, embora apenas cinco deles possuam esse tipo de produto. Em relação às medicinas tradicionais de povos indígenas, 15 países dispõem de algum instrumento normativo.

“O relatório traz uma análise descritiva. A partir dele estamos fazendo algumas discussões. Por exemplo, se a implantação das MTCI tem relação com gastos em saúde”, explicou a coordenadora do ObservaPICS e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Islândia Carvalho, no lançamento do documento.

 

MAPAS DE EVIDÊNCIAS – No mesmo webinário, realizado dia 13 de dezembro, foram lançados nove mapas que mostram a efetividade clínica das práticas tradicionais, integrativas e complementares em saúde no tratamento da dor crônica, do câncer do útero e de doenças cardiovasculares, assim como as evidências clínicas da moxabustão, ventosaterapia, aromaterapia, apiterapia, homeopatia e plantas medicinais brasileiras. A construção dos mapas foi conduzido pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) e pelo Consórcio Brasileiro de Saúde Integrativa (Cabsin).

Esses e outros mapas podem ser acessados em https://bvsalud.org/mapa-de-evidencias/.